O que é Psicossíntese

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quoteNo decorrer de minha caminhada dentro da Psicologia eu vinha sentindo falta de “algo” que não sabia bem definir… era como se tudo aquilo que havia me sido apresentado até o momento, por mais sentido que pudesse fazer dentro de seu campo especifico de pesquisa e consequentes propostas, ainda estivesse “estreito” para aquilo que eu sentia como sendo a complexa e fantástica dinâmica humana.

Ao encontrar a proposta de Roberto Assagioli, pai da Psicossíntese, “descobri” que aquilo que faltava para mim era a inclusão do aspecto espiritual do ser. A dimensão presente na dinâmica humana que já contém, potencialmente o projeto humano a ser reconhecido, desenvolvido e atualizado no decorrer da existência…  A coragem e a ousadia de Assagioli ao propor, em 1910, o Inconsciente Superior como uma complementação indispensável à teoria psicanalítica de Freud fez pleno sentido para mim!

A Psicossíntese oferece uma visão global do ser humano: como ele se apresenta no seu contexto histórico, social, genético, etc. e como ele pode vir a ser a partir de uma tomada de consciência do potencial já presente nele e de sua escolha para o desenvolvimento e manifestação deste mesmo potencial. Através de uma metodologia simples e profunda, a Psicossíntese convida a uma aproximação consigo mesmo para melhor saber de si mesmo.

A primeira pergunta chave para esta auto-descoberta é “Quem sou eu?”. A atitude, ao fazer esta pergunta, é uma atitude de observador gentil, sem julgamentos, que se dispõe a ouvir as respostas. Sim! As respostas, no plural!!!
Descobrimos, ao lançar-nos esta pergunta, que são várias as respostas que aparecem e muitas vezes nos parecem tão contraditórias entre si!  Desenvolver uma escuta sem críticas; reconhecer as contradições aparentes sem brigar com elas – isto é, aceitá-las como fatos presentes; olhar com curiosidade o que se apresenta para saber mais e melhor; são algumas das atitudes que a Psicossíntese ajuda a desenvolver internamente, tanto em relação a si mesmo quanto em relação ao outro, às situações da vida e ao mundo dentro do qual vivemos.

A prática da atitude do observador proporciona uma consequente autoconfiança e autoestima. Entra-se em contato com um sentimento claro que “eu sei de mim” e se, assim eu escolher, posso saber mais e melhor a meu próprio respeito.
Talvez esta seja a base para uma educação do ser humano que assim pode responder à vida e aos seus desafios de um modo mais pleno, isto é, com maior consciência de suas limitações do momento ao mesmo tempo em que consciente de sua capacidade potencial para realizar dentro de si as transformações e mudanças que lhe pareçam mais saudáveis nas diversas etapas de sua jornada.

Conta-nos Roberto Assagioli – e a própria experiência o confirma – que isto é feito através do que ele chama O Ato da Vontade. Numa síntese, Assagioli apresenta a Vontade como “a função ‘chave de ouro’ da humanidade que possibilita à personalidade harmonizar as outras funções; que possibilita o ser humano a desenvolver seu mais alto potencial e desempenhar seu papel no mundo.”
Um aspecto fundamental a ser ressaltado é que a Vontade não impõe nem ocupa o lugar de outras funções da personalidade. Pelo contrário, seu objetivo é uma parceria constante para desenvolvê-las e empoderá-las.

A Vontade é também um instrumento para processar a ‘impressão’, o pensamento criativo e a direção da energia que segue o pensamento. Portanto, a compreensão do que é a Vontade, sua natureza, seu funcionamento, suas características e essencialmente o fato de que não podemos considerá-la adquirida é fundamental.
Há um grande trabalho a ser empreendido para desenvolvê-la! Este trabalho requer dedicar tempo e usar as qualidades da determinação e perseverança – constância – para este desenvolvimento.

Roberto Assagioli observou que grande parte das pessoas tem pouca consciência do enorme potencial que cada ser humano traz dentro de si. Sabendo do quanto o contato com este potencial favorece uma vida mais plena e harmoniosa, fez uso de suas  qualidades como cientista para estudar o ser humano e propor técnicas adequadas para o desenvolvimento deste potencial latente.
Além disto, como pessoa espiritual que era,  Assagioli cuidava tanto do bem estar individual, quanto das corretas relações entre os vários aspectos da vida social e grupal, incluindo a natureza e a visão de mundo. “